O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse hoje que a comunidade internacional “deve investir a fundo” na ajuda ao exército do Níger para combater os grupos terroristas que operam no país e na região africana.
“Hoje, acredito que ao olhar para o notável desempenho do exército do Níger, a comunidade internacional deve investir a fundo no reforço da capacidade do exército do Níger”, disse Guterres durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente nigerino, Mohamed Bazoum, em Niamey, a capital do país.
De acordo com o secretário-geral da ONU, o investimento devia ser direccionado para equipamento e para treino.
“Podem contar comigo para fazer este apelo em vosso favor”, afirmou, acrescentando, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP): “A União Africana, a CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] e o G5-Sahel são atores essenciais para a paz, estabilidade e desenvolvimento na região”.
No entanto, reconheceu que este grupo, composto pela Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade, “foi enfraquecido pelos golpes que tiveram lugar em alguns dos seus vizinhos”, referindo-se ao Mali e ao Burkina Faso, onde as forças militares tomaram o poder em 2020 e no início de 2022, respetivamente.
“Como os ataques terroristas continuam a aumentar no Sahel e a alastrar aos Estados do Golfo da Guiné, a comunidade internacional tem de compreender que esta já não é apenas uma questão regional ou africana, mas uma ameaça global”, defendeu Guterres.
Na sua luta contra os movimentos terroristas ligados à Al-Qaida e ao grupo do Estado Islâmico (EI), o Níger é apoiado por vários países ocidentais, incluindo a França e os Estados Unidos, que têm bases militares em Niamey e na região de Agadez, no norte.
A 22 de Abril, os deputados do Níger votaram esmagadoramente a favor de um texto que autoriza o destacamento de novas forças estrangeiras no seu país, nomeadamente francesas.