O embaixador de Angola na China, João Salvador Neto, disse, ontem, que o investimento chinês no sector de desenvolvimento de fontes de energia de baixo carbono pode ser das formas para apoiar o processo de diversificação da economia angolana.
“Angola tem um clima tropical, sol em todas as estações do ano, rios caudalosos e ventos com potência necessária para o desenvolvimento de projectos no domínio de energias renováveis,” afirmou o diplomata durante a intervenção na mesa-redonda, realizada no âmbito do fórum internacional sobre “fontes de energia de baixo carbono”, que decorreu nos dias 2, 3 e 4 deste mês, em Taiyuan, capital da província de Shanxi.
João Salvador Neto sublinhou que Angola precisa de adequar a diversificação da economia ao cenário da era digital mundial, razão pela qual está aberta ao investimento privado no sector de energias renováveis, para responder adequadamente aos desafios da industrialização e integração regional.
O diplomata assegurou que Angola dispõe de uma estratégia nacional de biocombustíveis, para a transição energética das fontes primárias de energias fósseis para as de baixo carbono, tais como a hídrica, solar, biodiesel e eólica.
Segundo o diplomata, o Governo tem incentivado o uso de fontes de energias renováveis, tanto pela produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, como pela construção de novas barragens hidrométricas de alta capacidade.
O diplomata considerou “indispensável a cooperação internacional e o investimento transcontinental no sector das energias renováveis”, tanto para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como para impulsionar a industrialização e inovação tecnológica.
“A busca por energias de baixo carbono é uma preocupação de todos os Governos e os factores supracitados levam-nos a reflectir sobre a necessidade de promover, cada vez mais, o diálogo e a cooperação multilateral em mátrias que visam acelerar a transição das energias fósseis para as de baixo carbono, tais como o petróleo e o carvão, para as renováveis, com destaque para a hídrica, solar e eólica”, sublinhou.
O Fórum internacional sobre “desenvolvimento de fontes de energia de baixo carbono” contou com cerca de mil participantes, entre cientistas, políticos, peritos das Nações Unidas e do Banco Mundial, diplomatas, académicos e empresários.